1 de agosto de 2009

Me desfaço do vento. Me desfaço do que venho sendo em março, abril, maio, junho, inclusive, e julho. Aqui é o meu agosto e eu me despeço dos sofrimentos, dos meus brinquedos do passado e das minhas ilusões. Eu vou embora, vou só com a roupa do corpo. Um vestido, é claro, pra ficar feminino, e um sapatinho de cristal preso ao pescoço; leves adornos para uma alma desadornada. Vou leve, meu peso dos ombros fica nessa estação. Que venha calma pois estou serena também, sincera, semi-nua de mim.

2 comentários:

Gil Rodrigues disse...

Deixar o que é passado para trás; deixar o que é futuro para frente e pisar firme no agora - com as certezas que adquiri-se no passado e as incertezas que se mostram no futuro.

Anônimo disse...

"Semi-nua de mim" é tudo!
Aline, já estive aqui outras vezes, mas ando, desde o início das vezes todas, descompassada, tentando me endireitar com os meus tortos. Não consegui e acho que me consertei pra sempre. :)
Você escreve muito, e lindo, sentimento à beça, doa a quem doer, encante a quem encantar. A mim não dói, só encanta. Sou dessas que riem, aliviadas, quando encontram gente que escreve com intensidade como você consegue. Com vida. É maravilhoso a gente se se lembrar humano. Obrigada por isso.
Beijos